Começando o ano é tempo de reavaliar o que deu certo e errado na gestão do seu negócio em 2021.
Um ano de pandemia que afetou diretamente os restaurantes e bares de todo o país prejudicando os resultados de forma muito forte, com fechamentos de estabelecimentos e demissões.
Iniciando o ano novo é tempo para planejar e implantar algumas ações que possibilitem a melhoria dos processos e dos resultados e recuperar os prejuízos ocorridos por conta da pandemia.
Segue abaixo, minhas 12 dicas que o empreendedor precisa se debruçar, pensar e colocar em prática para a melhoria da performance do seu negócio.
Vamos a elas:
1 – Aumentar a Lucratividade
Lucro também precisa de meta e na maioria dos casos não há uma definição para isso.
Temos metas para tudo, menos para o lucro, o que me espanta. Estabelecer estratégias para vender mais, rever custos e despesas que possam propiciar a melhoria da lucratividade.
Sempre importante também rever se os seus preços estão sendo calculados corretamente.
2 – Avaliar os Resultados pelo DRE
Importante ferramenta financeira para avaliar a performance do negócio.
Infelizmente na maioria das empresas do segmento não adotam a ferramenta, o que dificulta a análise real da performance do negócio.
O empreendedor precisa adotá-la e avaliar os resultados mensalmente para poder incluir novas estratégias e melhorar a tomada de decisão.
Ela proporciona uma visão clara sobre custos, despesas e lucro do negócio.
Permite identificar fraquezas e tomar medidas de prevenção ou correção a tempo.
Sem as informações do DRE o empreendedor não será capaz de avaliar a verdadeira realidade da empresa.
3 – Indicadores de Desempenho
Sua utilização ainda é muito incipiente no segmento gastronômico. Precisa ser adotado pois trata-se de uma poderosa ferramenta para a melhoria de resultados e a tomada de decisão qualificada.
Acabar com “achismos” será fundamental. Os indicadores de desempenho trazem a luz a realidade da performance do negócio.
Implantar e envolver a equipe de trabalho é decisivo para o sucesso no programa interno de indicadores de desempenho. Só assim sabemos se estamos melhorando ou não os resultados do negócio.
Precisa ser adotado como uma ferramenta de gestão de forma continuada.
4 – Fluxo de Caixa Projetado x Realizado
Trata-se da melhor ferramenta financeira colocada a disposição do empreendedor. É o caixa de amanhã.
A ferramenta possibilita que a empresa enxergue no horizonte como está sua situação financeira projetada e ajuda na tomada de decisão qualificada.
Com ela a empresa sabe se pode ou não tomar algum decisão de aumentar alguma despesa ou fazer algum investimento.
A ferramenta traz segurança para decidir. Com ela, sabemos porquê dizemos sim ou não para gastar.
Evita-se os erros e precipitações na hora de gastar. A adoção da ferramenta traz a segurança necessária para decidir as questões financeiras do negócio.
Ela precisa ser atualizada constantemente para que a empresa possa lançar mão das informações na hora de decidir um desembolso.
5 – Margem de Contribuição
Para avaliar esse indicador financeiro é absolutamente necessário a implantação rotineira do DRE – Demonstrativo de Resultados com informações confiáveis e corretas.
Sem o DRE correto, a margem de contribuição não tem validade alguma para fins de análise.
Ela serve também para avaliar a margem de contribuição de cada prato e produtos vendidos e sua contribuição efetiva ( % ) para pagar a despesa fixa.
A margem de contribuição impacta diretamente na melhoria ou não da lucratividade. É preciso estabelecer metas para isso e fazer seu acompanhamento.
A margem de contribuição também é conhecida como Lucro Bruto.
6 – Antecipação de Recebíveis
Esse tema não pode ser tratado pelo empreendedor como uma rotina de gestão. Pelo contrário, deve ser encarado sempre como uma excepcionalidade da excepcionalidade.
Evitar sempre a antecipação é a palavra de ordem. A antecipação praticada como algo rotineiro é causa de fechamento da empresa.
É uma bola de neve que não para de crescer até se tornar incontrolável. Identifique internamente a causa ou causas que estão levando a empresa a antecipar. Isso é decisivo para estabelecer um planejamento financeiro rigoroso que possa reduzir gradativamente a dependência por realizar a antecipação dos recebíveis.
A antecipação de recebíveis é um “câncer” com resultados desastrosos para o negócio.
Fazer uma reestruturação financeira para evitá-la a todo custo.
7 – CMV – Custo da Mercadoria Vendida
É um custo importante que afeta diretamente a lucratividade do negócio.
Por isso, ter controle efetivo é importantíssimo para os resultados. Lembrando, que o CMV não é as compras realizadas no mês.
Além disso, o CMV impacta a margem de contribuição da empresa que serve de base para pagar a despesa fixa e gerar o lucro.
Com base na sua realidade financeira, o CMV precisa ter meta a ser cumprida. Sugiro que os restaurante estabeleçam um teto ( % )sobre a receita de vendas para gastos no mês com o CMV.
O controle diário é decisivo para avaliar eventuais distorções ocorridas para não prejudicar a lucratividade.
Buscar reduzir com custos com insumos sem afetar a qualidade é uma ação importante para ser realizada.
8 – Preço de Venda
Um assunto que sempre está presente e gera ainda dificuldade de entendimento.
O preço de venda será correto na sua formula técnica utilizada, se a empresa tiver informações corretas e confiáveis das despesas variáveis e fixas e definir a margem de lucro desejada.
São componentes necessários a precificação correta dos produtos da empresa. Encontramos ainda empresas calculando o preço de venda incorreto que causam prejuízos e dificuldades financeiras constantes levando até o fechamento do negócio.
Lembrando que o preço de venda é sempre uma divisão e nunca uma multiplicação sobre o custo do produto.
O preço de venda correto traz segurança na receita de vendas e garantia que todos os custos e despesas estão contemplados para pagar toda a estrutura do negócio. E mais, que o lucro desejado de fato ocorra.
9 – Preço de Venda para os Aplicativos
Estão aí e fazem parte da rotina da gestão dos restaurantes.
São poderosos aliados para prospectar clientes e vender mais. Todavia, tudo tem um custo para utilizar os aplicativos pela empresa.
Negociar melhores taxas junto aos aplicativos será uma regra neste ano. Isso para não tornar seu produto muito caro e afugentar os clientes dentro dos aplicativos.
As empresas em boa parte delas não calcula corretamente o preço que deve ser repassado ao aplicativo com base no preço de seu cardápio e manter a lucratividade desejada.
10 – Atendimento ao Cliente
Este tema tem que estar na pauta diária da empresa. Melhorar para encantar o cliente é tarefa de todos dentro do negócio.
Assim, seremos diferenciados e conquistamos mais clientes ao negócio. O que é muito bom para os resultados.
Preparar sua equipe de trabalho para sensibilizá-los de que devemos superar nosso atendimento para valorizar nosso principal ativo. É buscar a excelência o tempo todo.
O cliente é a razão de ser do negócio e por isso, temos que ter uma equipe altamente preparada para atendê-lo e superar suas expectativas.
A experiência plena do cliente junto a empresa passa necessariamente pelo atendimento impecável de sua equipe.
11 – Reduzir custos com Insumos
Por conta da pandemia vivemos um desenfreado aumento dos insumos utilizados pela gastronomia. Infelizmente, o aspecto especulativo prevaleceu ao meu ver.
Neste ano, remontar as parcerias com fornecedores para que de mãos dadas possamos ter redução de custos para que na ponta ( restaurante, bar) tenham condições de oferecer um preço competitivo aos seus clientes.
Assim, temos condições de fazer com que o cliente volte a consumir normalmente trazendo benefícios para todos. É pensar no ganha x ganha.
Essa será uma das importantes ações que o segmento gastronômico terá que fazer esse ano.
Desenvolver novos fornecedores também será necessário para agregar ao negócio, reduzindo custos e não perder a qualidade dos insumos.
12 – Continuidade da Empresa
Sabemos que a pandemia afetou de forma impactante o segmento da gastronomia causando o fechamento de muitas empresas e cortando milhares de emprego.
Abre e fecha realizados fizeram que a empresa não tivesse condições financeiras de se manter vivas. Empreendedores do segmento, essa situação que foi grave e afetou a sobrevivência de muitos negócios, trouxe para mim, o aspecto amador que muitas empresas tocam suas empresas.
A gastronomia precisa se profissionalizar e ter planejamento para situações emergências que possam ocorrer.
O plano B. Uma das tarefas decisivas deste ano será a reconstrução de seu plano de negócio, fazendo as alterações que se fizerem necessárias. Isso é urgente e está ligado a continuidade da empresa no tempo.
A pandemia revelou que a gestão amadora de tocar o negócio não serve e que profissionalizar o segmento é um caminho sem volta.
Gostou? Que tal iniciar o ano de 2022 aproveitando todas essas informações para melhorar seu ambiente de negócios e gerar os melhores resultados?
Bora trabalhar pois os desafios são imensos. Sucesso a todos.